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Pensamento do dia


"Como um viajante que erra o caminho e, assim que se apercebe, rapidamente retorna à estrada correta, assim também você continue a meditar sem se fixar nas distrações." (São Pio de Pietrelcina)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O papa “justificou” o uso de preservativo?


O papa “justificou” o uso de camisinha em algumas circunstâncias? Não. E também não houve absolutamente nenhuma mudança nos ensinamentos da Igreja. Não apenas porque uma entrevista com o papa não constitui um ensinamento, mas também porque nada do que ele disse difere dos ensinamentos que já existiam.
Então, por que todas as manchetes estão dizendo que ele “aprova” ou “permite” ou “justifica” o uso de camisinha em certos casos?
Essa é uma boa questão. Tão boa que o próprio entrevistador fez praticamente a mesma pergunta durante a entrevista.
O papa fez uma declaração na entrevista, uma declaração que agora tem sido citada pela mídia mundial. Imediatamente, o entrevistador, Peter Seewald [jornalista alemão que já escreveu quatro livros sobre Joseph Ratzinger e conduziu as entrevistas de Luz do Mundo], colocou a questão: “O senhor está dizendo, então, que a Igreja Católica não é, na verdade, contrária, em princípio, ao uso da camisinha?”
O papa esclareceu e expandiu sua declaração anterior.
Vamos olhar para as duas declarações.
Depois de dizer que “não podemos resolver o problema [a aids] distribuindo camisinhas…” e que “a fixação exclusiva na camisinha implica uma banalização da sexualidade…” o papa diz: “Pode haver uma base no caso de alguns indivíduos, como talvez quando um garoto de programa usa uma camisinha, em que pode ser o primeiro passo rumo à moralização, uma primeira aceitação de responsabilidade no caminho à recuperação da compreensão de que nem tudo é permitido e de que ninguém pode fazer tudo o que quer. Mas, realmente, não é a maneira de lidar com o mal da infecção por HIV. Isso pode depende apenas de uma humanização da sexualidade.”
É uma declaração com muitos adjetivos, muito tímida. Ainda assim, suscitou a pergunta de Seewald citada acima. Mas vamos primeiro olhar mais de perto essa declaração. O original alemão para “Pode haver uma base no caso de alguns indivíduos…” é “Es mag begründete Einzelfälle geben…”. A versão em inglês é uma tradução acurada. “Begründete” vem de “Grund”= “solo”, e significa tanto o chão em que pisamos quanto a fundamentação lógica. Há uma ambiguidade porque pode ter o fraco sentido de “alguma base para” ou o forte senso de “fundamentação lógica e ética para”. Essa talvez tenha sido a razão por que Seewald fez uma pergunta adicional, a que voltaremos mais adiante.
É importante notar que houve dois erros muito graves na versão em italiano das declarações do papa, em que muitos dos primeiros artigos se basearam, assim que o embargo foi quebrado pelo jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano. (Essa é uma outra história.) O primeiro, o vocábulo alemão “ein Prostituierter”, que só pode se referir aos garotos de programa. A palavra comum em alemão para se referir a uma prostituta é “[eine] Prostituierte”, que é feminina e se refere apenas a mulheres. A tradução italiana “uma prostituta” simplesmente é o contrário do que o Papa diz.
Igualmente problemática, “giustificati”= “justificável”, foi usada na tradução italiana de “begründete”, e arbitrariamente resolve de maneira tendenciosa a ambiguidade.
O papa respondeu: “Ela [a Igreja] não considera a camisinha como uma solução moral ou real, mas, neste ou naquele caso, pode ocorrer no entanto com a intenção de reduzir o risco de infecção, o primeiro passo em um movimento em direção a um novo caminho, um caminho mais humano de viver a sexualidade”.
Em primeiro lugar, uma solução que não é “moral” não pode ser “justificada”. Há uma contradição e isso significaria que algo intrinsecamente mal poderia ser “justificado” para atingir um fim bom. Note: o conceito de “mal menor” é inaplicável aqui. Alguém pode tolerar um “mal menor”; ninguém pode fazer algo que é um mal menor.
Mas a distinção crucial aqui é entre a “intenção” do garoto de programa, evitar infectar o seu cliente, e o ato em si, usar a camisinha. Como a distinção se perdeu em quase todas as reportagens que li, pede-se uma elaboração.
A distinção, em filosofia moral, é entre o objeto de um ato e a intenção de um ato. Se um homem rouba para fornicar, a intenção é copular, mas o objeto é o ato de roubar. Não há uma relação necessária entre roubar e fornicar.
No caso da declaração do papa, a intenção é prevenir a infecção e o objeto é o uso da camisinha.
Aqui está um exemplo dessa distinção que é paralelo ao que o papa afirmou. Ladrões estão usando canos de aço para atacar as pessoas e as lesões são sérias. Alguns ladrões usam canos revestidos por espuma para reduzir as lesões, o suficiente para incapacitar a pessoa e cometer o roubo. O papa diz que a intenção de reduzir os danos (no ato de roubar) pode ser um primeiro passo para uma maior responsabilidade moral. Isso não justifica as seguintes manchetes: “Papa aprova canos revestidos com espuma para roubo”; “Papa diz que o uso de canos revestidos é justificado em algumas ocasiões”; “Papa permite o uso de canos revestidos em alguns casos”.
Claro, alguém pode usar moralmente em algumas circunstâncias, por exemplo, para isolar canos para que a água quente que por eles passa não esfrie tão rápido. E alguém pode usar moralmente a camisinha em alguns casos, por exemplo, fazer balões de água. Mas isso não justifica a manchete “Papa aprova o uso de camisinha”, embora neste caso possa ser verdadeiro. Mas seria intencionalmente enganoso.
Em resumo, o papa não “justificou” o uso de camisinha em qualquer situação. Os ensinamentos da Igreja continuam os mesmos que sempre foram – antes e depois das declarações do Papa.
*Joseph Fessio é editor da Ignatius. editora que lançou Luz do mundo em inglês. O padre jesuíta foi doutorando de Joseph Ratzinger na década de 1970

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vida cristã deve ter Cristo no centro, afirma Papa

Propõe a figura de Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja


CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de novembro de 2010 (ZENIT.org)
A espiritualidade de Santa Catarina de Sena, uma das maiores mulheres da vida da Igreja, tinha um centro vital: Cristo, que "é para ela como o esposo com quem tem uma relação de intimidade, de comunhão e de fidelidade; é o bem amado acima de qualquer outro bem".
O Papa Bento XVI dedicou a catequese de hoje, na audiência geral realizada na Sala Paulo VI, à santa italiana, doutora da Igreja e copadroeira da Europa, dentro do seu ciclo sobre mulheres santas da Idade Média.
Catarina de Sena, que viveu no difícil século XIV, foi, segundo o Papa, uma dessas santas "que agitam as mentes e os corações, provocando conversão e renovação".
Originária de Sena, desde muito jovem entrou na Ordem Terciária Dominicana. Foi favorecida com numerosas visões e revelações divinas.
Apesar de não ser uma pessoa ilustrada, foi conselheira espiritual de "nobres e homens políticos, artistas e gente do povo, pessoas consagradas, eclesiásticos, incluído o Papa Gregório XI, que naquele período residida em Avinhão e a quem Catarina exortou enérgica e eficazmente a voltar a Roma".
"Viajou muito para solicitar a reforma interior da Igreja e para promover a paz entre os Estados", explicou o Papa.
"Também por este motivo, o venerável João Paulo II quis declará-la copadroeira da Europa: para que o Velho Continente não se esqueça jamais das raízes cristãs que estão na base do seu caminho e continue extraindo do Evangelho os valores fundamentais que garantem a justiça e a concórdia."
Por isso, afirmou Bento XVI, desta santa "aprendemos a ciência mais sublime: conhecer e amar Jesus Cristo e sua Igreja".
"Aprendamos de Santa Catarina a amar com coragem, de forma intensa e sincera, a Cristo e à Igreja", exortou.
Esposa de Cristo
O Papa explicou algumas das visões da santa, nas quais o próprio Jesus Cristo a desposava na fé ou trocava seu coração pelo dela.
"Assim como a santa de Sena, todo crente sente a necessidade de configurar-se segundo os sentimentos do Coração de Cristo, para amar a Deus e ao próximo como o próprio Cristo ama", afirmou o Papa.
"E todos nós podemos deixar que nosso coração se transforme e aprenda a amar como Cristo, em uma familiaridade com Ele nutrida pela oração, pela meditação sobre a Palavra de Deus e pelos sacramentos, sobretudo recebendo frequentemente e com devoção a santa Comunhão", acrescentou.
Por isso, o Pontífice convidou a receber frequentemente a Eucaristia, que "é um extraordinário dom de amor que Deus nos renova continuamente, para nutrir nosso caminho de fé, revigorar nossa esperança, inflamar nossa caridade, para tornar-nos cada vez mais semelhantes a Ele".
Outro dom que Catarina tinha era o das lágrimas, que "expressam uma sensibilidade especial e profunda, capacidade de comoção e de ternura".
Catarina exerceu também, de forma destacada, a maternidade espiritual: "Também hoje a Igreja recebe um grande benefício do exercício da maternidade espiritual de tantas mulheres, consagradas e leigas, que alimentam nas almas o pensamento de Deus, reforçam a fé das pessoas e orientam a vida cristã rumo a cumes cada vez mais elevados", concluiu.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os 30 'quês' de uma pessoa madura na fé

Estamos num mundo completamente pluralista
Estamos num mundo completamente pluralista, por isso precisamos nos tornar verdadeiros especialistas em matéria de fé e conversão. Se não for dessa forma, os cristãos “mais ou menos” não vão resistir; daí a necessidade de um amadurecimento real e concreto na fé.

Imagem de DestaqueO Projeto Nacional de Evangelização (2004 – 2007) diz que é preciso ter e levar os outros ao encontro pessoal com Jesus, pois só assim vamos nos tornando maduros na fé, que nada mais é do que sermos crianças nas mãos de Deus. Livres da maturidade somente humana que questiona tudo vamos a caminho de sermos verdadeiros cristãos com coluna vertebral.

Textos-base para um aprofundamento e um exame de consciência a respeito da nossa fé: 1 Cor 3, 1-9; Heb 5, 12-14; Ef 4, 11-15.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com Deus é uma pessoa:

01 – Que escolhe inteiramente por Deus.

02 – Que sabe discernir a Vontade de Deus.

03 – Que faz a Vontade de Deus até o fim.

04 – Que vive o Evangelho sem questionamentos.

05 – Que é livre em Deus.

06 – Que sabe obedecer.

07 – Que sabe reconhecer os sinais do tempo.

08 – Que vive uma individualidade e não um individualismo.

09 – Que é capaz de viver a alteridade.

10 – Que vive uma fé com obras.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com o próximo é uma pessoa:

01 – Que pergunta, sem duvidar do próximo.

02 – Que vive a fé com o próximo.

03 – Que consegue se adaptar com o diferente.

04 – Que se alegra com o crescimento do próximo.

05 – Que reconhece o outro por também ser um filho de Deus.

06 – Que sabe o seu papel na sociedade.

07 – Que contagia o próximo com a santidade.

08 – Que tem como única competição amar mais o próximo.

09 – Que ama com caridade.

10 – Que é original na fé e na opinião.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura consigo é uma pessoa:

01 – Que tem autonomia na fé.

02 – Que é perseverante, mesmo no sofrimento.

03 – Que se engaja e se compromete.

04 – Que é especialista no que faz.

05 – Que é como para-raios na intercessão.

06 – Que conhece a própria verdade.

07 – Que assume as experiências vividas.

08 – Que sabe receber elogios e também as críticas.

09 – Que sabe falar, mas também escutar.

10 – Que se deixa trabalhar no temperamento pelo Espírito de Deus.

Padre Anderson Marçal
http://blog.cancaonova.com/padreanderson

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Brasil: Aumenta confiança na Igreja Católica

Instituição ocupa segundo lugar, atrás apenas das Forças Armadas

Uma pesquisa divulgada nessa quarta-feira no Brasil mostra que a Igreja Católica saltou do sétimo para o segundo lugar no ranking de confiança da população nas instituições.
A pesquisa, realizada pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas em São Paulo, tinha como objetivo primeiro medir o Índice de Confiança na Justiça (ICJ Brasil).
De acordo com os dados, o Judiciário ficou em oitavo lugar, empatado com a polícia e à frente apenas do Congresso e dos partidos políticos.
Já a confiança na Igreja aumentou 60% do segundo para o terceiro trimestre deste ano, passado de 34% para 54%.
Luciana Gross Cunha, professora da Direito GV e coordenadora do ICJ Brasil, considera que a controvérsia sobre o aborto nas eleições presidenciais pesou para o aumento do índice de confiança na Igreja.
"A Igreja estava em um grau baixo de avaliação quando foi feita a apuração no segundo trimestre, muito perto da crise envolvendo a instituição com denúncias de pedofilia", disse Luciana ao jornal O Estado de S. Paulo.
"A última fase da coleta coincidiu com a discussão sobre o aborto nas eleições presidenciais. Isso fez a diferença", afirmou.
"A Igreja só perde para as Forças Armadas e ganha de longe do governo federal e, inclusive, das emissoras de TV, que normalmente são instituições consideradas confiáveis pela população", disse a pesquisadora.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O ano de 2010 está chegando ao fim...

Muitas atividades foram realizadas pelo EJU ao longo deste ano.
Além das reuniões semanais de formação e oração, dos retiros e da participação na Liturgia da missa, o grupo realizou muitas atividades, desde festas e eventos para integração e para ajudar a angariar fundos para os retiros e para a comunidade, até organização de retiro de catequese e crisma na Paróquia vizinha a nossa.

Seguem algumas fotos de apenas algumas das atividades desenvolvidas e apoiadas pelo EJU da Paróquia Nossa Senhora Aparecida em 2010.

PROCISSÃO DO SENHOR MORTO (Sexta-Feira Santa)
Preparação…




Encenação...

Parte final e retorno em procissão...

REUNIÃO PARA AS MÃES

Em maio, mês dedicado a elas e a Maria, uma reunião especial para trazer junto ao grupo aquelas que são indispensáveis em nossa vida. Tema: Maria! Que Maria, Mãe, sempre nos ensine a viver como escolhidos!



CHÁ DO APOSTOLADO DA ORAÇÃO E EJU

Promoção em conjunto com o Apostolado da Oração para manutenção das pastorais na comunidade.


SOCIAL

O EJU auxilia a pastoral social da paróquia organizando formações três sábados por mês para as famílias que recebem alimentos mensalmente. As formações são variadas e abordam temas da nossa realidade diária, saúde, alimentação, higiene, auto-estima e também são trabalhadas ideias de atividades práticas que podem ajudar na incrementação da renda.
Enquanto os adultos participam da formação, as crianças recebem uma atenção especial, com brincadeiras, jogos ou apenas companhia para conversar.

Reunião prática…



Festa das crianças 2009…
As atividades iniciaram-se no ano passado e desde então buscamos sempre nos aperfeiçoar.




Festa das crianças 2010...




Que o grupo continue perseverante na fé e trabalhando para que com as nossas obras mostremos a nossa fé!
Que a oração e a união estejam sempre presentes em nossa vida e sejamos cristãos junto do grupo e no nosso dia-a-dia, em casa, no trabalho, na escola, universidade, pois quem conhece a Deus verdadeira e profundamente, não consegue mais viver à parte DELE.


E que venha 2011 com seus desafios e muita força e coragem para superá-los!
“Amigo é Aquele que nos faz melhores do que somos”

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ordenação Sacerdotal

As dez moedas de ouro

Lc 19,11-28

Jesus contou uma parábola para os que ouviram o que ele tinha dito. Agora ele estava perto de Jerusalém, e por isso eles estavam pensando que o Reino de Deus ia aparecer logo. Então Jesus disse:
- Certo homem de uma família importante foi para um país que ficava bem longe, para lá ser feito rei e depois voltar. Antes de viajar, chamou dez dos seus empregados, deu a cada um uma moeda de ouro e disse: "Vejam o que vocês conseguem ganhar com este dinheiro, até a minha volta."
- Acontece que o povo do seu país o odiava e por isso mandou atrás dele uma comissão para dizer que não queriam que aquele homem fosse feito rei deles.
- O homem foi feito rei e voltou para casa. Aí mandou chamar os empregados a quem tinha dado o dinheiro, para saber quanto haviam conseguido ganhar. O primeiro chegou e disse: "Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei dez."
- "Muito bem!" - respondeu ele. - "Você é um bom empregado! E, porque foi fiel em coisas pequenas, você vai ser o governador de dez cidades."
- O segundo empregado veio e disse: "Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei cinco."
- "Você vai ser o governador de cinco cidades!" - disse o patrão.
- O outro empregado chegou e disse: "Patrão, aqui está a sua moeda. Eu a embrulhei num lenço e a escondi. Tive medo do senhor, porque sei que é um homem duro, que tira dos outros o que não é seu e colhe o que não plantou."
- Ele respondeu: "Você é um mau empregado! Vou usar as suas próprias palavras para julgá-lo. Você sabia que sou um homem duro, que tiro dos outros o que não é meu e colho o que não plantei. Então por que você não pôs o meu dinheiro no banco? Assim, quando eu voltasse da viagem, receberia o dinheiro com juros."
- E disse para os que estavam ali: "Tirem dele a moeda e dêem ao que tem dez."
Eles responderam:
- "Mas ele já tem dez moedas, patrão!"
- E o patrão disse:
- "Eu afirmo a vocês que aquele que tem muito receberá ainda mais; mas quem não tem, até o pouco que tem será tirado dele. E agora tragam aqui os meus inimigos, que não queriam que eu fosse o rei deles, e os matem na minha frente."
Depois de dizer isso, Jesus foi adiante deles para Jerusalém. 



Homilia Diária

Que o Senhor nos cure de toda indiferença n’Ele!

Lucas, no Evangelho de hoje, ao escrever à sua comunidade e a cada um de nós, tem o interesse de nos apresentar um Deus que não está interessado naquilo que fazemos, mas naquilo que somos. No entanto, muitas e muitas vezes, ouvimos, a partir dessa passagem bíblica, coisas erradas na tentativa de explicá-la, dizendo que somos amados por Deus se dermos bastante lucro à vivência da nossa vida, se fizermos render os talentos que  o Senhor nos deu. O centro da parábola não é o rendimento, mas sim, a confiança que temos de ter em Deus e o medo que somos chamados a fazer desaparecer da nossa vida, pois este faz com que venhamos a enterrar o maior talento que temos: a vida.
Os dois primeiros fizeram render os talentos que receberam; todavia, o rendimento foi consequência da atitude que tiveram na vida, ou seja, atitude de confiança em Deus. Sabiam que a qualquer momento poderiam perder tudo, a começar por aquele único talento que todos os três haviam recebido: a vida – o maior deles. Os dois primeiros não ficaram no medo; confiaram. O terceiro homem deixou-se tomar pelo medo e, contagiado por este sentimento, caiu na principal armadilha do demônio, comparando-se com os outros dois.
Meu Deus, como presenciamos pessoas que perderam o sentido da vida! Estão tomadas por medos e perderam a razão de continuar a viver. Por quê? Porque resolveram se comparar às demais pessoas. Quem se compara, se “coisifica”, pois só é possível compararmos coisas e não pessoas. Cada pessoa traz em si um princípio, chamado individualidade, ou seja, cada um é único nesta vida, irrepetível!
O terceiro homem da parábola se comparou com os outros dois e perdeu o desejo pela vida, pois se “coisificou”, sentiu-se diminuído e, por isso, resolveu enterrar a vida e deixar de viver. Agora entendemos a razão de tantas pessoas se encontrarem no buraco, sem perspectiva de vida; pois a  enterraram!
Outro motivo que fez o terceiro servo enterrar o talento foi o medo. Interessante percebermos que há remédios para depressão, para a ansiedade, e para vários problemas físicos e psíquicos para o ser humano. Mas você já percebeu que não existe remédio para o medo? Interessante! O medo é a arma do demônio para afastar o ser humano de Deus. Esse terceiro servo da parábola representa cada um de nós, muitas e muitas vezes. Possuímos uma falsa imagem e ideia de Deus, porque achamos que Ele é um Ser ausente, longe, sentado num trono, observando cada um de nós com caneta e papel na mão, registrando os nossos defeitos e pecados. O que é bom não é registrado; só o que é ruim. “Na hora de comparecermos diante d’Ele, o Senhor, com a cara barbuda e brava, vai nos passar o chicote”. O demônio foi colocando isso em nossa cabeça, por isso fomos criando uma visão distorcida de Deus.
Um Pai tomado de amor, compaixão e ternura por cada filho, presente em nossa vida, mais íntimo de nós do que nós mesmos. Quem possui uma visão doentia de Deus – como o terceiro servo – acaba adoecendo e, doente, enterra a sua vida (o maior talento) num imenso vazio.
Que o Senhor nos cure de toda forma de insegurança, de todo medo, de toda desconfiança em Deus e na Sua Palavra. Que a confiança seja a maior graça vivida no coração de cada um de nós. Confiemos, pois a esperança não decepciona. A fé é a certeza acerca daquilo que não se vê.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A importância de agradecer a Deus

O principal objetivo do Hosana Brasil é agradecer a Deus pelas graças alcançadas durante o ano. Jesus ficou aborrecido quando curou dez leprosos e apenas um voltou para lhe agradecer. “Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em alta voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradecia. E era um samaritano. Jesus lhe disse: Não ficaram curados todos os dez? Onde estão os outros nove?” (Lc 17,15-17).
Isso mostra com clareza que agrada a Deus nosso reconhecimento pelas graças que nos concede a cada momento. Em tudo dependemos de Deus; Ele nos deu a vida, o existir, o ar que respiramos, a água que bebemos e o alimento que nos sustenta. Tudo nos é dado por sua bondade, onipotência e amor. “Porque é Ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17,25).  Jesus reclamou que só voltou um “estrangeiro”, um publicano, não judeu, para agradecer. O que isso pode nos dizer? Talvez, que os mais ingratos com Deus são “os seus”, os do seu povo, os que lhe estão mais próximos. Isso deve ser um alerta para nós que servimos ao Senhor. Não podemos nos acostumar com suas graças e bênçãos tão abundantes e ricas a ponto de esquecermos de lhe agradecer.
Por isso, em nossa adoração ao Santíssimo, e em nossas outras orações, nunca pode faltar o momento de Ação de Graças, especialmente após a comunhão eucarística. Se fossemos contar, disse Michel Quoist, todos os bens que recebemos de Deus a cada dia, no final do dia nos sentiríamos como um rei. São João da Cruz, doutor da Igreja (1542-1591), insistiu que “amor só se paga com amor”. Se a ingratidão para com os homens é uma grande falta, também para com Deus. Evidentemente Deus não precisa disso. Nosso agradecimento não pode aumentar a sua felicidade e nem a sua glória, que são infinitas, mas nos torna melhores, nos engrandece, nos santifica, nos faz mais humildes e dependentes de Deus. Dá-lhe glória.
                   

Em 2009, mais de 170 mil peregrinos estiveram no Hosana Brasil para agradecer a Deus

Que tal rezarmos um pouco assim?
Obrigado, Senhor, por me haver amado antes que o mundo existisse, desde sempre desejando dar-me a vida.
Obrigado por me ter criado à Tua imagem e semelhança, com uma alma imortal, inteligente, livre, consciente e capaz de amar. Obrigado, Senhor, porque para mim criaste todas as coisas: o céu, a terra, o ar, o vento, as montanhas, os rios, os pássaros, as flores, os frutos…
Obrigado pela mãe terra, meu lar, que me dá tudo de que preciso para viver: os metais, a madeira, o alimento, a água, o gás, o petróleo, os elementos químicos…
Obrigado, meu Pai, pelo pão de cada dia, pelo remédio que me cura, pela roupa que me cobre, pelo lar que me abriga e pelo sol que me aquece; tudo me dás por Teu amor.
Obrigado, Senhor, pelos irmãos que me deste para caminhar ao meu lado, fortalecendo os meus passos, suportando minhas fraquezas e ajudando-me a crescer.
Obrigado pela Tua santa Igreja, Teu Corpo Místico, que divinamente instituíste para ser a minha Mestra nesta vida.
Obrigado pelas cruzes que me dás, ensinando-me através delas o caminho da vida e a paciência que leva ao céu.
Obrigado, meu Pai, por Teu amor ilimitado por mim, capaz de fazer tudo o que for preciso para não me perder jamais.
Obrigado, meu Mestre, pelos fracassos e insucessos, pelas lágrimas e tristezas, que me obrigam a olhar constantemente para Ti e jamais confiar em mim.
Obrigado porque me acompanhas a cada instante, me inspiras a todo o momento, me guardas sempre e me guias para Ti.
Obrigado, meu Senhor, pelo que sou, pelo que tenho e pelo que faço. Que juntamente com todas as Tuas criaturas eu possa hoje e sempre amar, louvar e servir-Te com a minha vida, com toda a minha alma, com todas as minhas forças e com todo o meu entendimento.
Obrigado por tudo isso Senhor, e por muito mais que eu nem mesmo sei te dizer, mas que Teu amor sempre me dá.