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Pensamento do dia


"Como um viajante que erra o caminho e, assim que se apercebe, rapidamente retorna à estrada correta, assim também você continue a meditar sem se fixar nas distrações." (São Pio de Pietrelcina)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sangue de João Paulo II será exposto durante beatificação no domingo

Beatificação ocorre num tempo recorde de seis anos e um mês - APMostra foi extraída durante os últimos dias de vida do papa

Uma mostra do sangue do Papa João Paulo II será exposta na basílica de São Pedro como relíquia para a veneração dos fieis durante sua beatificação no domingo, informou a Santa Sé nesta terça-feira.


O sangue foi extraído durante os últimos dias de vida de João Paulo II, que morreu em 2 de abril de 2005, e foi enviado pelos médicos ao Centro de Hemotransfusão do Hospital Bambino Gesú, propriedade do Vaticano, ante a possibilidade de que fosse necessário realizar transfusões, o que não aconteceu.

A mostra permaneceu em estado líquido devido à presença de anticoagulantes na ampola, que será colocada num "relicário precioso" fabricado para a ocasião.


Beatificação ocorre num tempo recorde de seis anos e um mês
Foto:AP
Notícia de: zero hora

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Santo do dia - São Marcos (evangelista)

São Marcos Evangelista
O evangelho de são Marcos é o mais curto se comparado aos demais, mas traz uma visão toda especial, de quem conviveu e acompanhou a paixão de Jesus quando era ainda criança.

Ele pregou quando seus apóstolos se espalhavam pelo mundo, transmitindo para o papel, principalmente, as pregações de são Pedro, embora tenha sido também assistente de são Paulo e são Barnabé, de quem era sobrinho.

Marcos, ou João Marcos, era judeu, da tribo de Levi, filho de Maria de Jerusalém, e, segundo os historiadores, teria sido batizado pelo próprio são Pedro, fazendo parte de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém. Ainda menino, viu sua casa tornar-se um ponto de encontro e reunião dos apóstolos e cristãos primitivos. Foi na sua casa, aliás, que Cristo celebrou a última ceia, quando instituiu a eucaristia, e foi nela, também, que os apóstolos receberam a visita do Espírito Santo, após a ressurreição.

Mais tarde, Marcos acompanhou são Pedro a Roma, quando o jovem começou, então, a preparar o segundo evangelho. Nessa piedosa cidade, prestou serviço também a são Paulo, em sua primeira prisão. Tanto que, quando foi preso pela segunda vez, Paulo escreveu a Timóteo e pediu que este trouxesse seu colaborador, no caso, Marcos, a Roma, para ajudá-lo no apostolado.

Ele escreveu o Evangelho a pedido dos fiéis romanos e segundo os ensinamentos que possuía de são Pedro, em pessoa. O qual, além de aprová-lo, ordenou sua leitura nas igrejas.

Seu relato começa pela missão de João Batista, cuja "voz clama no deserto". Daí ser representado com um leão aos seus pés, porque o leão, um dos animais símbolos da visão do profeta Ezequiel, faz estremecer o deserto com seus rugidos.

Levando seu Evangelho, partiu para sua missão apostólica. Diz a tradição que são Marcos, depois da morte de são Pedro e são Paulo, ainda viajou para pregar no Chipre, na Ásia Menor e no Egito, especialmente na Alexandria, onde fundou uma das igrejas que mais floresceram.

Ainda segundo a tradição, ele foi martirizado no dia da Páscoa, enquanto celebrava o santo sacrifício da missa. Mais tarde, as suas relíquias foram trasladadas pelos mercadores italianos para Veneza, cidade que é sua guardiã e que tomou são Marcos como padroeiro desde o ano 828.

domingo, 24 de abril de 2011

Ele teve o livre arbítrio para escolher em não sentir a dor da morte;
Foi tentado, mais de uma vez para não passar por isto;
Teve a escolha de na dor humana, mudar tudo;
E não fora pouca dor;

jesus.pngAlém disto, foi humilhado, cuspido, ofendido, muito machucado;

Por amor e certeza do plano do Pai, se permitiu cumprir tudo;

O mistério da fé: Deus, que humanamente vem ensinar amor à sua criação e assim, dá à ela a opção: aprender a amar e através de sua adesão ao Seu plano, subir na Cruz e se salvar!

Tanto amor, tantos exemplos vivos de bondade e muitas vezes não compreendidos;
"ouça quem tiver ouvidos" (Mc 4, 9).

Cristo vivo!
Na Eucaristia, instituída com amor! O pão da Vida! O pão, do qual mais precisamos!
No Sacerdócio, o qual nos deixou através de seu carinho!

Um Cristo que mesmo na Cruz, reafirmou seu sim pelo plano de amor do Pai, por cada um de nós.

Cristo, nosso Deus Vivo!
Obrigado por nos mostrar o caminho da salvação: através de ti, no amor e na entrega.


Feliz Páscoa

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Jesus, esmagado pelos nossos pecados

Jesus veio ao mundo para tirar os pecados da humanidade, por isso, Ele morreu na cruz, para arrancar o pecado do mundo, arrancar as ervas daninhas que matam o jardim da nossa alma. Há teologias que dizem que Jesus veio para trazer o bem-estar para o mundo; mas não, Ele veio para tirar o pecado do mundo. Estava anunciado havia mais de mil anos que Ele viria. João Batista anunciou Jesus, ele poderia usar o que os salmistas diziam, mas não. Em São João 1,29, ele anunciou Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo". O anjo disse o mesmo para José: "Ele vai salvar o seu povo dos seus pecados".

O Senhor foi esmagado por causa da nossa iniquidade. Não existe nada neste mundo pior que o pecado. Jesus morreu por nós, por causa dos nossos pecados. É preciso que, nesta Semana Santa, façamos esta reflexão. O Senhor morreu para que saíssemos da escuridão da morte e nos limpássemos de todos os pecados. O Senhor deixou o explendor do céu para experimentar o vale de lágrimas da terra. Nós temos de experimentar o amor de Deus. Depois que Jesus desceu do céu, por amor a cada um de nós, e sofreu tudo que Ele sofreu, ninguém tem o direito de duvidar do Seu amor. Se ainda fosse possível sofrer mais como homem, Jesus teria sofrido para provar o Seu amor.

"Tende consciência de que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, cordeiro sem defeito e sem mancha" (São Pedro 1,18-19).

Nós fomos resgatados da morte pelo preço valioso da vida do Cordeiro de Deus. A nossa salvação custou a vida d'Ele. Quanto vale a sua vida? Você vai me dizer que não tem preço. Deus deu a vida de Seu único Filho para nos salvar. A nossa salvação custou a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus não quer perder nenhum de nós.

"Haverá mais alegria no céu por um pecador que se converta do que por 99 justos que fazem penitência". Sinta como você é precioso para Deus! Quantas pessoas acham que a sua vida não presta! Meu irmão, você é precioso para Deus, sua alma tem valor infinito para Ele. Peça perdão pelas vezes em que você se desvalorizou, pois você é muito precioso aos olhos do Altíssimo. Se você não valesse nada, o Filho de Deus não teria descido do céu para salvá-lo.
O Catecismo da Igreja Católica revela que Deus poderia ter salvo a humanidade de outra maneira, mas Ele o fez de forma que ninguém duvide de Seu amor. O segundo motivo pelo qual o Senhor fez do sofrimento a matéria-prima da salvação é porque Ele queria que entendêssemos o sofrimento. O salário do pecado é a morte. A consequência do pecado é a dor, a lágrima, o desespero e a morte.

No plano de Deus não haveria sofrimento para ninguém, porque Ele nos criou para a vida. Foi por inveja do demônio que a morte entrou no mundo. Ele injetou a morte com o veneno do pecado. A humanidade prefere ouvir a voz do demônio a ouvir a voz de Deus. A morte entrou no mundo, porque o pecado separa o homem de Deus Pai. O pecado da humanidade desorganiza tudo. A causa última de todo o sofrimento é o pecado. "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Foi para isso que o Senhor veio ao mundo.

Vergonha não é você contar o seu pecado para o padre, vergonha é você pecar. Não deixe a confissão para amanhã, porque amanhã pode não dar tempo. A primeira coisa que Jesus fez depois que Ele ressuscitou foi instituir o sacramento da confissão. Cristo Ressuscitado quis dar o perdão por intermédio da Igreja. Cristo não salvou simplesmente a humanidade, Ele depositou o remédio da salvação no coração da Igreja. Quem não ouve a Igreja não ouve o Pai. Quem crê e é batizado será salvo!
Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br
20/04/2011 - 08h20

terça-feira, 19 de abril de 2011

6º ano de pontificado

No dia 19 de abril de 2005, os olhos do mundo inteiro estavam voltados para o Vaticano a espera do anúncio de um novo Papa. Às 17h50 a fumaça branca começou a sair pela chaminé da Capela Sistina, o sinal de que os 115 cardeais reunidos haviam eleito o novo sucessor de Pedro.

Poucos minutos depois, Joseph Ratzinger se apresentou diante dos fiéis como um "humilde trabalhador das vinhas do Senhor" adotando o nome de Bento XVI, para recordar Bento XV, "um valente profeta da paz", como assim o definiu.

Acesse
.: Conheça trajetória de Joseph Ratzinger


"Queridos irmãos e irmãs, depois do grande Papa João Paulo II, os cardeais elegeram a mim, um simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor. Me consola saber que o Senhor sabe trabalhar e agir mesmo com instrumentos insuficientes e, acima de tudo, me confio às vossas orações. Na alegria do Senhor ressuscitado e, confiante na sua ajuda permanente, vamos em frente. O senhor nos ajudará e Maria, sua mãe, estará ao nosso lado". Essas foram suas primeiras palavras como novo Papa pronunciadas aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.

O 264º Papa na história da Igreja assumiu com a difícil missão de suceder o estimado João Paulo II. Quando assumiu o pontificado e, ainda hoje, a mídia causa certa resistência às mensagens de Bento XVI. Mas seu amor por Cristo e por Sua Igreja e sua sensibilidade diante das angústias humanas foram possíveis constar nesses seis anos de pontificado por meio de seus discursos e seu olhar simples e sereno.

“Rezem por mim para que eu aprenda sempre mais a amar o Senhor. Rezem por mim para que eu aprenda sempre mais a amar o seu rebanho, vocês, Santa Igreja. Cada um de vocês particularmente e vocês todos. Rezem para que eu não fuja por medo, diante dos lobos", disse Bento XVI.

Joseph Ratzinger entra no sexto ano de papado com muitos empenhos e compromissos marcados. A terceira parte do seu livro "Jesus de Narazé", dedicado à infância de Jesus e ao começo de sua pregação, tem lançamento previsto para o fim do ano.

Fonte: Canção Nova

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Catequese do Papa: todos nós somos chamados à santidade

Intervenção na audiência geral de hoje

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 13 de abril de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.
***
Queridos irmãos e irmãs:
Nas audiências gerais dos últimos dois anos, estivemos na companhia de muitos santos e santas: aprendemos a conhecê-los de perto e a entender que toda a história da Igreja está marcada por esses homens e mulheres que, com sua fé, seu amor, sua vida, foram luzes de muitas gerações, e são também para nós. Os santos manifestam de muitas maneiras a presença poderosa e transformadora do Ressuscitado; deixaram que Cristo possuísse tão plenamente suas vidas, que podiam afirmar, como São Paulo, "Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Seguir seu exemplo, recorrer à sua intercessão, entrar em comunhão com eles "nos une a Cristo, de quem procedem, como de fonte e cabeça, toda a graça e a própria vida do Povo de Deus" (‘Lumen Gentium', 50). No final deste ciclo de catequeses, eu gostaria de oferecer algumas ideias sobre o que é a santidade.
O que significa ser santo? Quem é chamado a ser santo? As pessoas geralmente pensam que a santidade é uma meta reservada a uns poucos escolhidos. São Paulo, no entanto, fala do grande projeto de Deus e diz: "Nele (Cristo), Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor" (Ef 1,4). E fala de todos nós. No centro do desígnio divino está Cristo, em quem Deus mostra seu Rosto: o Mistério escondido nos séculos se revelou na plenitude do Verbo feito carne. E Paulo diz depois: "Pois Deus quis fazer habitar nele toda a plenitude" (Cl 1,19). Em Cristo, o Deus vivo se tornou próximo, visível, audível, tangível, de maneira que todos pudessem receber a plenitude de graça e de verdade (cf. Jo 1,14-16). Portanto, toda a existência cristã conhece uma única lei suprema, que São Paulo expressa em uma fórmula que aparece em todos os seus escritos: em Cristo Jesus. A santidade, a plenitude da vida cristã, não consiste em realizar empresas extraordinárias, mas na união com Cristo, na vivência dos seus mistérios, fazendo nossas as suas atitudes, pensamentos, comportamentos. A medida da santidade é dada pela altura da santidade que Cristo alcança em nós, daquilo que, com o poder do Espírito Santo, modelamos da nossa vida segundo a sua. É configurar-nos segundo Jesus, como diz São Paulo: "Pois aos que ele conheceu desde sempre, também os predestinou a se configurarem com a imagem de seu Filho" (Rm 8,29). E Santo Agostinho exclama: "Viva será minha vida repleta de ti" (Confissões, 10,28). O Concílio Vaticano II, na constituição sobre a Igreja, fala com clareza do chamado universal à santidade, afirmando que ninguém está excluído: "Nos vários gêneros e ocupações da vida, é sempre a mesma a santidade que é cultivada por aqueles que são conduzidos pelo Espírito de Deus (...). Seguem a Cristo pobre, humilde, e levando a cruz, a fim de merecerem ser participantes da sua glória" (n. 41).

Continue lendo... http://www.zenit.org/article-27734?l=portuguese

O segredo é olhar para o alto sempre

É maravilhoso contemplar um novo dia, porque sabemos que o amanhecer é um
presente de amor de Deus para cada um de nós. Antes de fazermos qualquer
coisa, olhemos para o céu e contemplemos sua beleza, a nova paisagem que o
Senhor criou hoje para todos nós, a cor das nuvens, o formato delas;
olhemos as árvores e flores ao nosso derredor. Observemos o sorriso das
crianças, olhemos nos olhos das pessoas que encontrarmos hoje, e vamos
além: olhemos o coração delas.
Dessa forma, com certeza, este dia terá um novo brilho e um novo
significado; e, encorajados com esse novo olhar, nossa atitude diante dos
obstáculos será outra.
Hoje o convite que o salmista nos faz é: “Lembrai as maravilhas de Deus,
seus prodígios e as palavras de seus lábios” (Salmo 104, 1.2).
Enchamos hoje o coração de louvor em gratidão ao Senhor por todos os Seus
benefícios em nossa vida, dizendo-Lhe: Obrigada, Jesus!
Jesus, eu confio em Vós!

Luiza Santiago
Dica de Roberta Garcia

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Igreja no Brasil ganha três novas Arquidioceses

Leonardo Meira
Da Redação, com informações do Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé (tradução de CN Notícias)

A Igreja no Brasil amanheceu nesta quarta-feira, 13, com três importantes novidades. O Papa Bento XVI erigiu as Províncias Eclesiásticas de Pelotas, Santa Maria e Passo Fundo, todas no Rio Grande do Sul. A mudança faz com que todas passem a ser Arquidioceses, cada uma com suas respectivas dioceses sufragâneas (subordinadas). Até então, o estado contava apenas com a Arquidiocese de Porto Alegre, à qual estavam ligadas todas as dioceses gaúchas.

A Província Eclesiática de Porto Alegre conserva as dioceses sufragâneas de Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Osório e Montenegro.

 - Província Eclesiástica de Pelotas
Elevada a Igreja Metropolitana a sede bispal de Pelotas. As dioceses sufragâneas são Bagé e Rio Grande. O primeiro Arcebispo Metropolitano é Dom Jacinto Bergmann, até então Bispo de Pelotas;

 - Província Eclesiástica de Santa Maria
Elevada a Igreja Metropolitana a sede bispal de Santa Maria. As dioceses sufragâneas são Uruguaiana, Cruz Alta, Santo Ângelo, Santa Cruz do Sul e Cachoeira do Sul. O primeiro Arcebispo Metropolitano é Dom Hélio Adelar Rubert, até então Bispo de Santa Maria;

 - Província Eclesiástica de Passo Fundo
Elevada a Igreja Metropolitana a sede bispal de Passo Fundo. As dioceses sufragâneas são Vacaria, Frederico Westphalen e Erexim. O primeiro Arcebispo Metropolitano é Dom Pedro Ercílio Simon, até então Bispo de Passo Fundo.

Andrea Riccardi escreve “A biografia” de Karol Wojtyla

Revelações e fatos inéditos sobre a vida do Papa


ROMA, terça-feira, 12 de abril de 2011 (ZENIT.org) - Treze capítulos, distribuídos em mais de 500 páginas, dedicados a falar do homem e do Pontífice: esta é "A biografia" de João Paulo II (Ed. San Pablo), obra monumental de Andrea Riccardi, historiador e fundador da Comunidade de Sant'Egidio, vendida em 18 países no mundo, enquanto outros 32 estão em negociação.
Riccardi se baseia em documentos de primeira mão, relatos de testemunhas e fatos que serviram no seu processo de beatificação, para colocar no papel o "mistério" de um Papa polonês que chegou ao trono de Pedro após 455 anos de pontífices italianos.
"João Paulo II é uma grande figura do século XX." Além disso, explica o autor, "é também um personagem no século XXI: lançou-se a um novo século e sua herança religiosa continua sendo uma referência". Seu pontificado não foi nada fácil: uma vez eleito, em 1978, "enfrentou a crise do catolicismo, com um Ocidente secularizado, com um marxismo de muitas faces".
"Ele acreditava na força das energias espirituais e religiosos da Igreja e da humanidade, e também do confronto com os sistemas políticos que tinham à sua disposição ‘armas' de um tipo bem diferente e mais potente", tal como na Polônia, ocupada em primeiro lugar pelos nazistas e mais tarde governada pelo comunismo.
Em 2003, já doente e idoso, Karol Wojtyla se dirigiu ao corpo diplomático reunido no Vaticano e explicou por que "era possível mudar o curso dos acontecimentos". "Depende de cada um de nós", e esta é a simples verdade, o grande segredo. "Esta - resume Riccardi - era a sua esperança."
Sua força levou a resultados diferentes, "mais que individuais - indica o cardeal Ruini -, apesar da ainda escassa ‘distância histórica'". A primeira, sem dúvida, foi "o impulso do catolicismo, revertendo sua tendência a recuar", que no início de seu reinado parecia caracterizar os crentes, combatendo "a sua resignação diante de um mundo secular no qual se prescinde de Deus".
Em segundo lugar, o que foi "talvez o efeito mais óbvio", ou seja, o que se deu sobre a Polônia e a Europa Central e Oriental com a queda do Muro de Berlim e dos regimes comunistas, com relação aos quais ele "teve um papel imprescindível", segundo Ruini.
Como não considerar João Paulo II um "homem e Papa gigantesco, que lutou para mudar o Ocidente a partir de dentro, e assim dar-lhe um futuro"? É claro, observa Ruini, "alguém poderia perguntar se ele falhou nisso. No entanto, eu acho que é cedo para dizer, apesar de que, na consciência do Ocidente, algo mudou em profundidade. O jogo ainda não acabou".
Finalmente, Wojtyla dirigiu muita atenção ao Sul do mundo, indicando para a Igreja uma missão de solidariedade para com aqueles países, católicos e torturados pela fome, pobreza e conflitos internos dos poderes dominantes.
Tudo isso, conclui o purpurado, pode ser interpretado como o resultado da "sua forma de conjugar fé e história", na qual o teocentrismo e o antropocentrismo "não se opõem, mas se integram". No fundo, esta é a missão da Igreja, e nisso João Paulo II é considerado "um perfeito intérprete do Concílio".
Assim, poderia parecer um personagem decifrável. Mas não foi assim. Certamente, são notáveis seu humanismo e sua cordialidade no trato. No entanto, como explica Riccardi, tinha sua própria visão da história e delineou uma nova geografia espiritual do mundo, da Polônia à Itália, da América Latina à África.
Também é interessante, porque se situa na origem do "mistério" Wojtyla, um fragmento sobre Stefan Wyszynski, primaz da Igreja na Polônia. Seu dever, com base nos poderes especiais concedidos pelo Papa Pio XII, e posteriormente confirmados por seus sucessores, era escolher os candidatos ao episcopado.
Conta-se que quando, nos anos 60, o primaz tinha de negociar os nomes dos Ordinários diocesanos com o poder político polonês, surge dos círculos intelectuais de Cracóvia o nome do vigário capitular Wojtyla, mas este não estava entre os favoritos de Wyszynski.
De qualquer maneira, introduziu o nome de Karol na lista, mas no final, em último lugar. Em 1963, o Comitê Central do POUP rejeitou a seleção de candidatos, incluindo Wojtyla, considerado "um adversário teológico muito perigoso".
A pergunta que não quer calar: depois de todos esses pontos de vista negativos, como se chega à ascensão de Wojtyla? Parece, de acordo com a reconstrução de Tad Szulc, que o deputado católico Stanislaw Stomma se dirigiu a Zenon Kliszko, que, no Politburo, tratava de questões espirituais e ideológicas.
Stomma foi quem sugeriu o nome de Wojtyla como guia da arquidiocese de Cracóvia. Em 19 de dezembro de 1963, o premier Cyrankiewicz comunica ao primaz que o governo não se oporia à nomeação de Wojtyla. "Provavelmente - explica Riccardi -, a ideia de Kliszko é usar a personalidade particular de Wojtyla como uma alternativa a Wyszynski. Assim, um dirigente comunista como Kliszko esteve, depois do arcebispo que o queria como assistente, na origem da carreira que permitiu que Wojtyla fosse eleito Papa."
"Não é verdade - esclarece também Riccardi - que Wojtyla foi imposto a Wyszynski, mas sim que este não era o seu candidato preferido como arcebispo de Cracóvia." Dois homens muito diferentes, entre os quais, no entanto, havia estima. Acima de tudo, ambos "acreditam na necessidade de um forte compromisso social e não são defensores do capitalismo, mas em ambos não há sinais de apreço ou de interesse pelo marxismo. Na base das suas convicções, está a ideia de que o cristianismo é uma força libertadora da sociedade e do homem".
Isso é algo que João Paulo II defendeu com uma fé inabalável, e ainda reforçou, com a última prova de sua doença. A propósito disso, Bento XVI confiou a Andrea Riccardi: "Nesse ponto se poderia questionar: é possível governar a Igreja nestas condições de saúde? Hoje, partindo de uma visão retrospectiva, podemos entender melhor o que aqueles anos representaram (...). Vemos que é possível governar (...). É algo extraordinário. Mas depois de um longo pontificado e depois de tanta vida ativa do Papa, era significativo e eloquente um tempo de sofrimento".

(Mariaelena Finessi)
Permalink: http://www.zenit.org/article-27725?l=portuguese

terça-feira, 12 de abril de 2011

Viver pra mim é Cristo

Entrevista com Moyses Azevedo - Fundador Com. Shalom

Moysés Azevedo - Fundador da Com. Shalom
Moysés Azevedo - Fundador da Com. Shalom

"O primeiro direito do homem é o da liberdade religiosa, porque esta diz respeito à liberdade de consciência".

Atualmente, mais de 200 milhões de cristãos - em 60 países do mundo - enfrentam intensa perseguição e mais de 250 milhões sofrem alguma forma de discriminação. De fato, os números são alarmantes, sobretudo ao constatarmos que um em cada três cristãos sofre perseguição; e a cada dez pessoas no planeta, uma trata-se de um cristão perseguido em sua fé.

Como resposta, a Igreja tem procurado superar este grande desafio sem perder a sua identidade: cristãos do mundo inteiro têm enfrentado a intolerância religiosa e o drama da perseguição, testemunhando com alegria e autenticidade os valores do Evangelho e empenhando-se cada vez mais na busca do diálogo inter-religioso.

Moysés Azevedo, fundador da Comunidade Católica Shalom e consultor do Pontifício Conselho para os Leigos, fala sobre o direito que todo ser humano tem à liberdade religiosa.


Clique AQUI para ouvir esta entrevista na íntegra



cancaonova.com: Como fundador de uma comunidade católica, que é uma das pioneiras na evangelização do Oriente Médio - região conhecida pelos constantes conflitos religiosos - quais são, em sua opinião, as causas para tanta intolerância religiosa nos dias atuais?

Moysés Azevedo: Estas causas têm duas vertentes. Uma primeira vertente existente, (eu diria que também no Ocidente e não só no Oriente Médio) na qual esta intolerância religiosa nasce de certo laicismo, de uma sociedade secularizada que, muitas vezes, quer viver como se Deus não existisse, não querendo colocá-Lo no centro da sociedade. Então, Deus, Igreja e religião são “assunto privado” e não um assunto público. Isso é uma negação da nossa origem como civilização cristã ocidental. A nossa civilização ocidental nasceu nos valores do Evangelho e de Cristo. E desta forma, sem querer, nós vamos negando os elementos fundamentais da nossa sociedade. Nós não queremos fazer uma sociedade “teocrática”, na qual os valores religiosos são impostos. No entanto, nós não podemos negar as origens de nossa sociedade, que têm os valores do Evangelho. A liberdade religiosa exige o nosso testemunho cristão.

Quanto ao Oriente Médio, eu acredito que uma das grandes causas se deve ao fato da ausência destes valores que, de certa forma, são frutos do Evangelho de Cristo e da presença da Igreja no Ocidente. Mas se nós agirmos com simplicidade, humildade e, ao mesmo tempo, darmos testemunho cristão e compartilharmos nossa fé, eu acredito que podemos contribuir – e muito – para a tolerância e o respeito com a pessoa humana e a liberdade que ela tem em fazer opções fundamentais no que diz respeito à própria fé.


cancaonova.com: Um motivo de preocupação para a Igreja tem sido o fato de que a liberdade religiosa, sobretudo dos cristãos, tem sido profundamente violada em diversos países. De que forma as Novas Comunidades podem contribuir para que estes cristãos perseguidos em sua fé possam perseverar? E como tem sido a atuação dos missionários de sua comunidade neste sentido?
Moysés Azevedo: Quando a gente fala sobre a história da Igreja, remonta-se aos primeiros séculos do Cristianism e ouve-se que o primeiro século é considerado o “Século dos mártires”. E isso é verdade. No entanto, alguns historiadores afirmam que, no século passado e em nosso século atual, estes têm sido um tempo de maior martírio e maior perseguição à Igreja do que houve nos primeiros séculos do Cristianismo. E, de fato, isso tem ocorrido tanto no Ocidente quanto no Oriente, sobretudo naquelas sociedades nas quais a Igreja não encontra liberdade para se expressar e para contribuir. E, neste aspecto, eu acredito que as Novas Comunidades colaboram com um testemunho bem particular. Por quê? Porque as Novas Comunidades – e principalmente nós brasileiros – quando chegamos a esses locais, levando nossa juventude e nossa alegria, mostramos às pessoas um “outro rosto” da Igreja. E isso quebra muitas barreiras. Temos contribuído muito nessa dimensão, levando uma face da Igreja jovem e viva.

Quantos aos missionários da Comunidade Shalom, nos diversos países onde nos encontramos, nosso objetivo é o de trazer um testemunho de ânimo àqueles cristãos que ali vivem e que, muitas vezes, se encontram numa situação de abandono e de isolamento. E juntos com a Igreja local, unidos ao bispo daquela diocese, vamos animando a fé das pessoas. E isso sem realizar nenhum tipo de proselitismo e procurando, por meio da amizade e do testemunho autêntico de uma vivência cristã, mostrar aos cristãos que podemos contribuir com os nossos irmãos ao levarmos a riqueza do Evangelho, mesmo àqueles de outra religião, favorecendo assim o diálogo inter-religioso.



"A intolerância religiosa é uma agressão à liberdade do coração humano", afirma o entrevistado

Foto: Wesley Almeida / CN



cancaonova.com: É possível aos cristãos que vivem em locais onde há intolerância religiosa testemunharem a fé de forma autêntica sem colocar em risco a própria vida? De que forma isso se daria?
Moysés Azevedo: Infelizmente, eu devo dizer que é uma situação de grande risco em alguns lugares. Não em todos. Temos visto o que ocorre no Paquistão, um país que até então possuía certa tradição de tolerância religiosa. Mas com a penetração de ideologias fundamentalistas neste país, atualmente ele vive momentos de grande perseguição contra os cristãos. Recentemente, foi morto o representante das minorias religiosas, que era um católico. Há menos de quinze dias, ele esteve numa audiência com o Papa Bento XVI e acabou sendo assassinado. E aqui não se trata de uma questão contra os Estados ou contra os povos, e sim contra esta crescente intolerância religiosa que temos visto em alguns países. Existem alguns lugares onde os cristãos nem podem viver o culto a Deus.

O primeiro direito do homem, que é a origem de todos os outros direitos humanos, é o direito à liberdade religiosa, porque esta diz respeito à liberdade da consciência. Então rezamos e nos unimos aos nossos irmãos que vivem nesses lugares de intolerância religiosa. Unimo-nos em esperança para que, em breve, possamos usufruir de um ambiente de maior tolerância e liberdade religiosa.


cancaonova.com: Os missionários cristãos, presentes nestas regiões onde há grande intolerância religiosa, vivem inúmeros desafios para evangelizar. Qual a sua mensagem para estes nossos irmãos?
Moysés Azevedo: Quero deixar, primeiramente, esta mensagem para os missionários e depois para todos os cristãos. Para os meus irmãos missionários, digo que quis Nosso Senhor enviá-los em missão numa situação adversa. Mas eu sei que o Espírito do Senhor os precede. No meio de tantas pessoas que encontrarão, vocês irão se deparar com pessoas sedentas do Evangelho, do amor e da verdade. Vocês não estão sozinhos. A Igreja está com vocês e ela os fortalece na fé. Saibam que o amor de Cristo é capaz de superar qualquer barreira. Coragem! Firmeza! Muita paciência e humildade, porque nosso intuito não é impor, mas sim comunicar de graça o que de graça recebemos.

E aos demais cristãos, e àqueles que são de outra religião, eu digo que o diálogo inter-religioso – como a Igreja nos propõe – é um caminho seguro para que os homens de boa vontade possam construir um mundo fundamentado na paz, na verdade e na justiça. Nós podemos construir um mundo melhor. A intolerância religiosa, na verdade, é uma agressão à liberdade do coração humano. É uma agressão a todo homem. A todos nós, homens e mulheres de fé, que possamos ser os primeiros capazes de defender a liberdade do coração do homem e da sua consciência na busca da verdade, pois, no fundo, é isso que o Evangelho nos propõe.

Fonte: CN