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Pensamento do dia


"Como um viajante que erra o caminho e, assim que se apercebe, rapidamente retorna à estrada correta, assim também você continue a meditar sem se fixar nas distrações." (São Pio de Pietrelcina)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

As dez moedas de ouro

Lc 19,11-28

Jesus contou uma parábola para os que ouviram o que ele tinha dito. Agora ele estava perto de Jerusalém, e por isso eles estavam pensando que o Reino de Deus ia aparecer logo. Então Jesus disse:
- Certo homem de uma família importante foi para um país que ficava bem longe, para lá ser feito rei e depois voltar. Antes de viajar, chamou dez dos seus empregados, deu a cada um uma moeda de ouro e disse: "Vejam o que vocês conseguem ganhar com este dinheiro, até a minha volta."
- Acontece que o povo do seu país o odiava e por isso mandou atrás dele uma comissão para dizer que não queriam que aquele homem fosse feito rei deles.
- O homem foi feito rei e voltou para casa. Aí mandou chamar os empregados a quem tinha dado o dinheiro, para saber quanto haviam conseguido ganhar. O primeiro chegou e disse: "Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei dez."
- "Muito bem!" - respondeu ele. - "Você é um bom empregado! E, porque foi fiel em coisas pequenas, você vai ser o governador de dez cidades."
- O segundo empregado veio e disse: "Patrão, com aquela moeda de ouro que o senhor me deu, eu ganhei cinco."
- "Você vai ser o governador de cinco cidades!" - disse o patrão.
- O outro empregado chegou e disse: "Patrão, aqui está a sua moeda. Eu a embrulhei num lenço e a escondi. Tive medo do senhor, porque sei que é um homem duro, que tira dos outros o que não é seu e colhe o que não plantou."
- Ele respondeu: "Você é um mau empregado! Vou usar as suas próprias palavras para julgá-lo. Você sabia que sou um homem duro, que tiro dos outros o que não é meu e colho o que não plantei. Então por que você não pôs o meu dinheiro no banco? Assim, quando eu voltasse da viagem, receberia o dinheiro com juros."
- E disse para os que estavam ali: "Tirem dele a moeda e dêem ao que tem dez."
Eles responderam:
- "Mas ele já tem dez moedas, patrão!"
- E o patrão disse:
- "Eu afirmo a vocês que aquele que tem muito receberá ainda mais; mas quem não tem, até o pouco que tem será tirado dele. E agora tragam aqui os meus inimigos, que não queriam que eu fosse o rei deles, e os matem na minha frente."
Depois de dizer isso, Jesus foi adiante deles para Jerusalém. 



Homilia Diária

Que o Senhor nos cure de toda indiferença n’Ele!

Lucas, no Evangelho de hoje, ao escrever à sua comunidade e a cada um de nós, tem o interesse de nos apresentar um Deus que não está interessado naquilo que fazemos, mas naquilo que somos. No entanto, muitas e muitas vezes, ouvimos, a partir dessa passagem bíblica, coisas erradas na tentativa de explicá-la, dizendo que somos amados por Deus se dermos bastante lucro à vivência da nossa vida, se fizermos render os talentos que  o Senhor nos deu. O centro da parábola não é o rendimento, mas sim, a confiança que temos de ter em Deus e o medo que somos chamados a fazer desaparecer da nossa vida, pois este faz com que venhamos a enterrar o maior talento que temos: a vida.
Os dois primeiros fizeram render os talentos que receberam; todavia, o rendimento foi consequência da atitude que tiveram na vida, ou seja, atitude de confiança em Deus. Sabiam que a qualquer momento poderiam perder tudo, a começar por aquele único talento que todos os três haviam recebido: a vida – o maior deles. Os dois primeiros não ficaram no medo; confiaram. O terceiro homem deixou-se tomar pelo medo e, contagiado por este sentimento, caiu na principal armadilha do demônio, comparando-se com os outros dois.
Meu Deus, como presenciamos pessoas que perderam o sentido da vida! Estão tomadas por medos e perderam a razão de continuar a viver. Por quê? Porque resolveram se comparar às demais pessoas. Quem se compara, se “coisifica”, pois só é possível compararmos coisas e não pessoas. Cada pessoa traz em si um princípio, chamado individualidade, ou seja, cada um é único nesta vida, irrepetível!
O terceiro homem da parábola se comparou com os outros dois e perdeu o desejo pela vida, pois se “coisificou”, sentiu-se diminuído e, por isso, resolveu enterrar a vida e deixar de viver. Agora entendemos a razão de tantas pessoas se encontrarem no buraco, sem perspectiva de vida; pois a  enterraram!
Outro motivo que fez o terceiro servo enterrar o talento foi o medo. Interessante percebermos que há remédios para depressão, para a ansiedade, e para vários problemas físicos e psíquicos para o ser humano. Mas você já percebeu que não existe remédio para o medo? Interessante! O medo é a arma do demônio para afastar o ser humano de Deus. Esse terceiro servo da parábola representa cada um de nós, muitas e muitas vezes. Possuímos uma falsa imagem e ideia de Deus, porque achamos que Ele é um Ser ausente, longe, sentado num trono, observando cada um de nós com caneta e papel na mão, registrando os nossos defeitos e pecados. O que é bom não é registrado; só o que é ruim. “Na hora de comparecermos diante d’Ele, o Senhor, com a cara barbuda e brava, vai nos passar o chicote”. O demônio foi colocando isso em nossa cabeça, por isso fomos criando uma visão distorcida de Deus.
Um Pai tomado de amor, compaixão e ternura por cada filho, presente em nossa vida, mais íntimo de nós do que nós mesmos. Quem possui uma visão doentia de Deus – como o terceiro servo – acaba adoecendo e, doente, enterra a sua vida (o maior talento) num imenso vazio.
Que o Senhor nos cure de toda forma de insegurança, de todo medo, de toda desconfiança em Deus e na Sua Palavra. Que a confiança seja a maior graça vivida no coração de cada um de nós. Confiemos, pois a esperança não decepciona. A fé é a certeza acerca daquilo que não se vê.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

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