Gosto sempre de pensar também que o Advento embora signifique a espera n’Aquele que vem, é também recordação de sua chegada, isto é, sua presença já começada. Já me explico: A teologia do Advento significa também a presença começada do próprio Deus. Por isso, ela nos recorda duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que Ele já está presente de uma maneira oculta tal como o fruto está velado na semente; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda que não seja total, e está em processo de crescimento e amadurecimento nos solos dos corações, como também acontece com os frutos ao traduzirem seus primeiros sinais de presença no seio da terra. E aqui o interessante é que singular processo se dá com o Menino Deus, porque sua presença já começou, e somos nós, os que abraçamos o Cristianismo que devemos fazê-lo crescer no mundo ao regarmos a semente dessa presença com a água da ESPERANÇA.
Talvez você já tenha percebido também que o segredo de uma boa colheita está no cultivo e na espera. O cultivo por vezes traduz com beleza o fruto que está por vir. E a espera é a concretude de que o fruto que está para chegar de algum modo nos trará algo novo, algo que nos faça contemplar a vida com outras cores e experimentá-la com outros sabores. Advento, portanto, é isso. É tempo de espiritualidade que nos favorece nutrir o cultivo da fé e da esperança no Cristo que nasce em cada coração humano no Natal que sucede a essa espera. Advento, portanto, é também Sacramento, isto é sinal da Esperança. “Spe Salvi facti sumus“ - pois, é na esperança que fomos salvos (Rm 8,24). Que nosso Advento, seja, pois uma oportunidade fecunda de dar sentido a essa esperança n’Aquele que nos redimiu quando veio nos visitar e resolveu fazer morada em nosso coração.
Seu irmão, Jerônimo Lauricio
Bacharel em Filosofia.
E-mail: jeronimolauricio@gmail.com
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