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Pensamento do dia


"Como um viajante que erra o caminho e, assim que se apercebe, rapidamente retorna à estrada correta, assim também você continue a meditar sem se fixar nas distrações." (São Pio de Pietrelcina)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Os olhos reconhecem a face do Amor com que é amado

Ainda estamos vivendo as alegrias do Tempo Pascal. No embalo do finalzinho deste tempo, queremos hoje com nossa reflexão entender um pouco mais de uma das aparições do Cristo Ressuscitado aos seus discípulos na Galileia. Esta não se trata de mais uma das manifestações da sua Ressurreição, mas ao contrário é uma aparição única e especial como todas as outras. 
Nossa partilha de hoje nos pões diante do Lago de Tiberíades no contexto do Capítulo 21 de João. A paisagem aí tem cores de saudades misturadas a um sabor de frustração. Os discípulos que pareciam não ter entendido ainda a Páscoa do Senhor, saíram tristes, “pescaram a noite inteira e nada apanharam”. Voltando do insucesso da pescaria, eles encontraram o Bom Mestre na praia e não o reconheceram. Isso aqui é interessante, pois ao que parece esta dificuldade em reconhecê-lo seria fruto de uma incompreensão interior. As frustrações das expectativas que são geradas em nós muitas vezes vendam nossos olhos. Mal conseguimos ver os fatos em sua totalidade. Quando estamos frustrados, reconhecer o outro como ele é, parece ser um exercício quase que impossível.
 Bem, a cena deste cenário pascal se segue... E entre o Mestre e os seus discípulos se estabelece um diálogo traduzido num pedido e em uma resposta. Diálogo que tem a fascinante capacidade de aproximar, quebrar barreiras, romper impressões... E, após algum tempo de conversa “aquele discípulo que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! (Jo 21, 17). Aqui temos velado um lindo ensinamento: os olhos sempre reconhecem a face do Amor com que ele é profundamente amado. E não por acaso, os olhos nesta cena são daquele mesmo discípulo, cujo compasso e movimento das pernas era veloz quando foi conferir a Ressurreição do Amor. É como bem nos recorda João: “(...) corriam juntos, todavia, o discípulo a quem Jesus amava correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao Sepulcro” (Jo 20, 2-4). 
Ao me deparar com esse texto, fico pensando como precisamos crescer nesta graça de deixar nossa boca exclamar aquilo que nossos olhos contemplam quando está diante da face do Amor! Particularmente gosto de pensar como precisamos gritar para o mundo aquilo que nossos olhos reconhecem em cada missa: “É o Senhor!” Crer no milagre da Ressurreição é reconhecer a face do Amor. Isso é magnifico! Contudo, para tanto é preciso deixar-se ser profundamente amado! Não existe outro caminho, senão o de reclinar como João, nossa cabeça no peito do Mestre e ali deixar-se ser amado por Ele a fim de depois reconhecê-lo!

Jerônimo Laurício

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