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Pensamento do dia


"Como um viajante que erra o caminho e, assim que se apercebe, rapidamente retorna à estrada correta, assim também você continue a meditar sem se fixar nas distrações." (São Pio de Pietrelcina)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Carta do Pe. César aos jovens da diocese

Novo Hamburgo, 1º de julho de 2010.


Meus queridos jovens!

Neste mês de julho vamos refletir um tema que para os seres humanos é algo essencial. Se ela não existir é porque há alguma doença afetiva, trata-se da “amizade”.

Mas quem é o amigo? É difícil de definir. Pois o fato é que a vida seria muito triste sem os amigos. Quando pergunto a alguém para definir o que é um amigo, alguns confundem com aqueles que estão perto de nós. Todos são amigos? Não! Estar perto, não significa estar unido.
Existem pessoas que “passam” na nossa vida, outros ficam. Robert Benson definia:

“A diferença entre um conhecido e um amigo está em que, no primeiro caso, procuramos apresentar uma imagem agradável e atrativa; estamos como que disfarçados e camuflamos. Com o amigo deixamos de lado as formas de cortesia e os convencionalismos, e procuramos mostrar-nos tal como somos, abrindo o coração”.

Com os amigos, pensamos em voz alta. E como precisamos de gente assim! Neste mundo de mudanças rápidas, é uma grande coisa ter amigos que não mudam.
O modelo de amigo encontramos em Cristo. Se queremos ser bons amigos, imitemos Àquele que se definiu como “nosso amigo”. Embora os filósofos antes de Cristo tenham falado sobre amizade (como um valor humano), é na Humanidade Santíssima de Jesus que a amizade é elevada a um patamar altíssimo. De tal forma que Nele a amizade se eterniza, isto é, perdura até a amizade plena: o céu.
- em Mt 11,19 Jesus foi acusado de ser amigo de pecadores;
- em Jo 15,15 Jesus fala de sua convivência com os íntimos como amizade
- declara a sua amizade em Jo 11,1 e Lc 12,4
- até Judas é chamado de amigo em Mt 26,50
Convém meditar que a amizade de Jesus se mostra pelos fatos. Cristo se entrega por nós na cruz e vem ao nosso encontro nas nossas infidelidades pela confissão. Isso porque não há maior prova de amor do que dar a própria vida pelos amigos (cfr. Jo 15,13). Que tesouro é um amigo! Por isso, se queremos viver a amizade plena no céu com Deus e com os outros, devemos fazer exame de consciência sobre nossas relações de amizade. O que é o mais importante numa amizade?
- os sentimentos?
- a satisfação de estar fisicamente com quem se quer bem?
- as qualidades e virtudes dos nossos amigos?

Tudo isso tem o seu valor, mas o fundamental da relação de amizade (com Deus e com as pessoas) é a mútua benevolência! Querer bem, ter afeição aos amigos. Ser recíproco neste afeto. Talvez estamos querendo bem aos nossos amigos, mas pode ser que falhamos na reciprocidade, na correspondência. A amizade como qualquer valor ou virtude precisa ser cultivada. Repito: se isso vale para com os amigos, vale sem dúvida para com O Amigo.
Às vezes os amigos se separam. E mesmo assim, a distância e o tempo não diminuem o amor de amizade. Por que? Porque há benevolência e reciprocidade. Querer o bem independente de qualquer outra coisa. Nada separa os verdadeiros amigos.
O maior inimigo da amizade é o interesse. Existem amizades envenenadas pelo interesse:
- “amigos” da diversão;
- “amigos” de conveniência;
- “amigos” para fazer favores;
- “amigos” que não se sabe se vão ser certos na hora incerta.

Eu diria que a amizade é uma realidade que nos faz pensar e agir sempre pelo bem do outro. Não podemos tolerar que falem mal de nossos amigos. Devemos puxá-los para cima, para a amizade, com Cristo. Neste sentido, se a amizade é verdadeira despertará no amigo a “fome de Deus” ajudando-o a descobrir novos horizontes. Aqui incluirá necessariamente a correção, falar de Deus para nossos amigos...
Existe uma frase antiga em latim que diz: “Amicus usque ad aras”, isto é: “Amigo até o altar” querendo dizer: ser amigo desde que não ofenda a Deus. Como é importante ter claro isso. Por exemplo: se um amigo nos pedisse que lhe ajudássemos a fazer algo errado, não vou lhe ajudar exatamente por que sou seu amigo.

Por fim, meus queridos, faço votos que cada um cultive uma verdadeira amizade com Cristo e a partir desta, cultivem amizades verdadeiras. Quanto mais amigos verdadeiros melhor. Deus abençoe a todos. 

Pe. César Augusto Worst
Movimentos jovens
Diocese de Novo Hamburgo

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