Cardeal Scherer comenta decisão do Papa de criar departamento da nova
evangelização
SÃO PAULO, terça-feira, 6 de julho de 2010 – O arcebispo de São Paulo,
cardeal Odilo Scherer, considera que hoje se vive um déficit de
evangelização; trata-se de um novo tempo, que requer um novo anúncio do
Evangelho.
Em artigo divulgado na edição desta semana do jornal O São Paulo, Dom Odilo
comenta a decisão de Bento XVI de criar um Pontifício Conselho para
promover, especificamente, a nova evangelização em toda a Igreja. É uma
decisão “certamente muito significativa”, diz o arcebispo.
Com a criação desse novo organismo vaticano, o Papa “dá a entender a todos
que este é um propósito seu, e deverá ser uma atitude da Igreja em todo o
mundo, para responder aos desafios postos pela atual ‘mudança de época na
história da humanidade”.
“Não podemos perder esta ocasião, se não queremos que a Boa Nova do
Evangelho fique excluída da vida do povo – dos povos – e da nova cultura
que está sendo gerada por muitos fatores”, afirma o arcebispo.
Dom Odilo considera que o novo Pontifício Conselho é especialmente
importante para a Europa, “onde o Catolicismo foi historicamente muito
importante e marcou a vida e a cultura daqueles povos, mas hoje enfrenta
grandes dificuldades”.
Segundo o cardeal, o conceito de “nova evangelização” não deve ser mal
entendido. “Não se trata de desconsiderar o trabalho evangelizador já feito
pelas gerações que nos precederam, ao longo dos séculos”.
“Trata-se, ao invés disso, de valorizar ‘de novo’, aquilo que elas já
fizeram e que, talvez, deixou de ser feito em muitos lugares. Estamos,
claramente, diante de um déficit de evangelização em nossos dias”, afirma.
Por outro lado – prossegue o arcebispo de São Paulo –, “tempos novos
requerem anúncio novo do Evangelho, novas sínteses culturais e o recurso a
novas metodologias para evangelizar”.
“Não podemos considerar a evangelização, onde ela já foi feita, um fato
consumado de uma vez por todas; a bem da verdade, cada geração necessita
ser evangelizada novamente e até mais de uma vez ao longo da vida.”
“Tanto mais, se considerarmos que, atualmente, a passagem da fé, da
‘herança apostólica’ e da vida eclesial não acontece mais de forma
automática. Há uma ruptura na corrente de transmissão da fé”, assinala o
cardeal.
“Quanta dificuldade representa, para os pais, a evangelização dos filhos! E
quantos pais católicos, lamentavelmente, já não consideram mais ser sua
missão evangelizar os filhos! Eis, pois, como é necessária uma ‘nova
evangelização’!”
(Alexandre Ribeiro)
Fonte: http://zenit.org/article-25424?l=portuguese
Contribuição: Roberta Garcia
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