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Pensamento do dia


"Como um viajante que erra o caminho e, assim que se apercebe, rapidamente retorna à estrada correta, assim também você continue a meditar sem se fixar nas distrações." (São Pio de Pietrelcina)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Oxalá fosses frio ou quente!

 
 
“Oxalá fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, nem frio nem quente, estou para te vomitar de minha boca.” ( Ap 3,15-16)
Aos que não cultivam familiaridade com a Sagrada Escritura, o excerto do livro do Apocalipse apresentado acima, pode parecer demasiado forte, duro demais. E, de fato, o é! Desafia a nossa conduta cristã, nos faz refletir o ímpeto apostólico; somos instigados a optar, a decidir-se corajosamente por uma vida em Cristo e por Ele, condição que exige, de cada um de nós, certa radicalidade no ser e no agir. Afinal, se indiferentes ao caminho de conversão que, através da Igreja, o Senhor nos indica, corremos o risco de vacilar nos propósitos de santidade que abraçamos e, mornos, podemos nos render ao encanto do fácil e prazeroso relativismo.
Durante a homilia pronunciada na missa que concelebrou «por ocasião da eleição do romano pontífice», em 2005, o então cardeal Joseph Ratzinger foi enfático: “Quantos ventos de doutrina conhecemos nestas últimas décadas, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento [...]Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é etiquetado com frequência como fundamentalismo. Enquanto que o relativismo, ou seja, o deixar-se levar «guiados por qualquer vento de doutrina», parece ser a única atitude que está na moda. Vai-se construindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que só deixa como última medida o próprio eu e suas vontades.”
Ainda hoje, torna-se atual o presente discurso quando aplicado à realidade das nossas comunidades, movimentos e infelizmente da nossa juventude. Por mais abundantes que sejam as iniciativas de evangelização e formação, as nossas lideranças continuam inseridas num contexto de relativismo defendido pela sociedade e pelos ‘novos catequistas’ do nosso tempo. Os ventos de doutrina e as correntes ideológicas das quais nos falava o Cardeal Ratzinger são os grandes vilões da ação evangelizadora entre a juventude, uma vez que, enquanto anunciamos, vemo-nos desafiados a confrontar, constantemente, discursos mercenários e sedutores, modas de pensamento e formadores de opinião que formatam e corrompem a integridade do Evangelho. A consequência clara é cristãos - sobretudo jovens – mornos na vida de oração e de sacramentos, alheios ao estudo sistemático da Doutrina e acomodados na vida de ação, de testemunho e apostolado.
Vê-se, ainda, a fé ser reduzida ao puro sentimentalismo ou ‘achismo’ de opiniões particulares: os indivíduos julgam-se capazes de produzir os seus próprios conceitos, as suas próprias verdades e concretiza-se a palavra de São Paulo que exorta: virá tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, segundo os seus próprios desejos, como que sentindo comichão nos ouvidos, se rodearão de mestres. Desviarão os ouvidos da verdade, orientando-os para as fábulas.”(2 Tm 4,3).
Assim, se nos apresenta uma única e clara opção: lutar diariamente pela propagação de um fogo novo; sacrificar o nosso “eu” tão superficial e deixar-se tocar por Deus, tornarmo-nos fiéis colaboradores do projeto de Cristo, que veio justamente atear fogo à terra (Lc 12,49).
Por fim, contra a ditadura do relativismo o próprio Papa Bento XVI indica:  Nós, - entretanto - temos outra medida: o Filho de Deus, o verdadeiro homem. Ele é a medida do verdadeiro humanismo. «Adulta» não é uma fé que segue as ondas da moda e da última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente arraigada na amizade com Cristo. Esta amizade nos abre a tudo o que é bom e nos dá a medida para discernir entre o verdadeiro e o falso, entre o engano e a verdade.”
Vivemos na Igreja do Brasil e do Rio Grande do Sul um momento propício para a renovação de mentalidade e de atitudes. Na juventude fixa em Deus, o Espírito Santo age e suscita frutos de uma santidade coerente. E há espaço para muito mais: jovens quentes, corajosos e radicais que não tem outra medida senão o próprio Cristo; ardentemente comprometidos com o Evangelho, que abracem sua cruz, que desejem colidir com o mundo e andar com Deus. Se este for reflexo dos nossos grupos, movimentos e pastorais, “se irão notando sinais de uma revolução cristã: uns haverão de entregar-se, outros tomarão a sério a sua vida interior, e outros - os mais fracos - ficarão pelos menos alertados.” (São Josemaria Escrivá).
Peçamos a intercessão do saudoso amigo e padroeiro Karol Wojtyła; que o seu exemplo de santidade e correspondência aos planos de Deus no ajude a assumir com convicção a condição de batizados e herdeiros do Céu. Beato João Paulo II, rogai por nós!

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