Vaticano, 16 Abr. 12 / 04:53 pm (ACI)
Na Missa que celebrou esta manhã na capela paulina do Palácio Apostólico do Vaticano, o Papa Bento XVI comoveu os presentes com uma homilia muito pessoal na que admitiu que já começou a última fase de sua vida e recordou os gestos de Deus desde sua infância e refletiu sobre os Santos que o inspiraram desde seu nascimento.
“Eu
me encontro diante do último trecho da viagem da minha vida e eu não
sei o que me espera. Eu sei, no entanto, que a luz de Deus existe, que
Ele ressuscitou, que Sua luz é mais forte do que qualquer escuridão, que
a bondade de Deus é mais forte que qualquer mal deste mundo. E isso me
ajuda a prosseguir com confiança. Isso nos ajuda a avançar, e nesta hora
agradeço a todos aqueles que sempre me fizeram perceber o ‘sim’ de Deus
através da sua fé.
Falando em alemão e diante de compatriotas
seus, o pontífice disse que Santa Bernadette, a vidente de Lourdes, e
São Bento José Labre, um santo do século XVII conhecido como o
“peregrino dos mendigos”, as duas figuras de referência que teve desde
pequeno.
O Pontífice confessou que compartilhar a data de
aniversário com Santa Bernardette Subirous, a vidente das aparições da
Lourdes foi muito especial para ele.
“Hoje é o dia desta pequena
Santa que sempre foi um modelo para mim, um modelo de como devemos ser.
De fato, mesmo com todas as coisas que devemos saber e fazer, que são
necessárias, não devemos perder o coração simples, o olhar simples de
coração, capaz de ver o essencial”, disse.
O Papa recordou que
Bernardette “sabia ver” o que a Virgem lhe assinalava: “a fonte viva,
pura”. Água que é imagem “da verdade que vem a nosso encontro na fé, da
verdade não dissimulada e não poluída”. Porque “para poder viver, para
poder chegar a ser puros, necessitamos que em nós nasça a nostalgia da
vida pura, da verdade verdadeira, do que não é poluído pela corrupção,
do ser humano sem pecado”.
“Em nosso tempo, no que vemos no mundo
tantos afãs, e no que irrompe a necessidade da água, da água pura, este
signo tão maior. Da María, da Mãe do Senhor, do coração puro, vem
também a água pura, descontaminada, que dá a vida, a água que neste
século, e nos séculos por vir, desencarde-nos e nos sã”.
Além
disso, refletiu sobre São Bento José de Lavre, falecido um 16 de abril e
com quem compartilha o nome de Papa e o de bastismo, Joseph. Um santo
“europeu” que tem sua particularidade no fato que “não quer fazer outra
coisa” que “rezar e dar testemunho” de Deus.
O Papa recordou que nasceu um Sábado Santo e seus pais o batizaram neste mesmo dia. Ele agradeceu-lhes por tê-lo “feito renascer” esse dia através da água do Batismo.
“De que maneira o dom da vida é realmente tal? É justo dar a vida
assim, simplesmente? É responsável ou muito imprevisível? A vida
biológica por si mesmo é um dom, e entretanto está circundada por uma
grande pergunta”, acrescentou.
Bento XVI
assinalou também que “a vida se converte em um verdadeiro dom se junto a
ela se pode dar também uma promessa que é mais forte que qualquer
desventura que possa ameaçar-nos, se ela estiver imersa em uma força que
garante que ser um homem é um bem (…) Assim, ao nosso nascimento vai
associado o renascimento, a certeza de que na verdade é algo bom, porque
a promessa é mais forte que as ameaças”.
O Papa explicou que o sentido do Batismo é pertencer a grande e nova família de Deus que é “mais forte que todas as forças negativas que nos ameaçam”.
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