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Pensamento do dia


"Como um viajante que erra o caminho e, assim que se apercebe, rapidamente retorna à estrada correta, assim também você continue a meditar sem se fixar nas distrações." (São Pio de Pietrelcina)

domingo, 10 de janeiro de 2010

Você sabe? ...por que árabes e judeus brigam?

Os conflitos entre árabes e judeus não são recentes. Suas origens são históricas e milenares e reportam-se à época de Abraão, quando começou a se formar o povo de Deus.

Segundo o Gênesis, Abraão nasceu em Ur, na Caldéia (hoje Iraque), viajou para Harã, de lá foi para Canaã e, então, seguiu para o oeste, chegando ao Egito. Retornou a Canaã e depois a Hebron, onde morreu e foi sepultado numa caverna ao lado de sua esposa, Sara.

Foi durante o tempo em que esteve em Siquém que Deus apareceu a Abraão e declarou: "Darei à tua descendência esta terra". Siquém é uma das cidades mais antigas do Oriente Médio. Situada a oeste do Rio Jordão, é hoje a movimentada cidade de Nablus, sob o controle da Autoridade Palestina.

Quando Abraão retornou do Egito para Canaã, após uma disputa de terras entre seus pastores e seu sobrinho Ló, contentou-se em permanecer entre as montanhas e os desertos da Terra Prometida. A essa altura, Deus havia aparecido a Abraão, reafirmando sua dádiva: "Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente, porque toda esta terra que vês, eu te darei, a ti e à tua descendência para sempre".

Nesse ponto, o Gênesis registra um evento que influenciaria profundamente o rumo da história mundial. No antigo Oriente Médio, as esposas incapazes de gerar filhos incentivavam o marido a procriar com escravas. Desse modo, Sara, que já sabia ser estéril, convenceu Abraão a ter um filho com Hagar, uma escrava egípcia.
Foi o nascimento de Ismael, o primeiro filho de Abraão, que deu origem, no século VII, depois de Cristo, a uma religião dominante na Arábia - o Islã - conduzida pelo profeta Maomé.

Treze anos após o nascimento de Ismael, Deus chamou Abraão e lhe declarou que o escolhia para ser o pai de numerosas nações e anunciou que daria um filho a Sara. Um ano depois nasceu Isaac - o que ri, em hebraico -. O Gênesis fala, então, da expulsão de Hagar por Sara, que, enciumada depois de ver Ismael e Isaac brincando, queria assegurar a seu filho a herança, embora não fosse ele o primogênito. Deus, no entanto, disse a Abraão que "por Isaac (que mais tarde se chamou Israel) será chamada tua descendência. Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu descendente". Hagar e o filho foram banidos para o deserto, mas Deus não os desamparou. Diz o Gênesis que "ele cresceu, habitou no deserto e se tornou flecheiro". Segundo a tradição muçulmana, mãe e filho permaneceram juntos em Meca, na Arábia.

Mesmo depois de Abraão, os hebreus continuaram sendo um povo nômade. Num período de grande seca, saem de Canaã, se estabelecem no Egito, a convite de José, filho de Jacó, que fora vendido como escravo e, por sua capacidade, tornara-se vice-rei do Egito. Mais tarde, o povo hebreu foi escravizado pelos faraós. Anos depois, em busca de um território, guiados por Moisés, voltam a Canaã, atravessando o Mar Vermelho. Num período de mais ou menos 700 anos, foram dominados pelos impérios Babilônico, Persa e Grego. No ano de 70, depois de Cristo, revoltaram-se contra os romanos, mas foram dominados, mortos, Jerusalém destruída e os sobreviventes dispersos pelo mundo.

Estudando-se os textos bíblicos, pode-se concluir que os judeus ou israelenses descendem de Isaac e que os árabes descendem de Ismael, tendo, portanto, ancestrais comuns. Assim sendo, deveriam habitar em paz a terra que o Senhor deu a Abraão e a seus descendentes.

No entanto, isso não aconteceu. Os palestinos e outros povos ocuparam historicamente a região que antes pertencia aos judeus, conhecidos na Bíblia como hebreus israelitas. Durante quase 2000 anos, os judeus foram perseguidos em todo o mundo, principalmente durante a 2ª Guerra Mundial. Para tentar resolver o problema, em 1947, a ONU criou o Estado de Israel, encravado em território Palestino, permitindo o retorno dos judeus à terra de onde haviam sido expulsos. Sua fundamentação - a posse da terra - gerou um dos mais turbulentos conflitos territoriais da atualidade, envolvendo israelenses e palestinos, apoiados pelos árabes, que habitam a região há séculos e exigem que lá seja criado seu próprio país.

Alcançar a paz, legado espiritual de Abraão, exigirá um extremo ato de fé e de diplomacia de palestinos e israelenses.

* Texto redigido pela Professora Miriam Piccoli, que também é coordenadora da primeira etapa da Primeira Comunhão da Paróquia de Lourdes/Caxias do Sul/RS

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